Tóxico é sempre o outro?
No intenso debate sobre a toxicidade em nossas vidas, esquece-se da essência fundamental que deve levar à autorreflexão: serei eu?
Somos munidos com dezenas de Mecanismos de Defesa exatamente porque fazemos o possível para evitar sofrimento. Esse evitar tem seus motivos, mas também nos inibe de realizar o que nos trará satisfação, movimento da libido e direcionamento de nosso Desejo: a experiência.
Essa inabilidade que nos coloca em uma posição de medo em relação ao que queremos nos torna seres que somente perpetuam comportamentos. A repetição é parte dessa dinâmica e nos faz andar em círculos. Quebrar essa sistematização é parte do processo analítico.
Dentro deste contexto todo, há o não-olhar para si, a defesa em função de um ataque que (ainda) não ocorreu. Serei eu aquele que ataca, que produz efeitos nocivos?
Observar nossas responsabilidades pessoais e como elas influenciam o todo é parte importante do processo de (re)construção do nosso Eu.
Pode ser desconfortável? Claro, mas mudanças que importam geralmente são assim. É fácil? Dificilmente. Doi? Muito, e essa dor nos ensina. A força usada em sua desconstrução pode ser melhor aplicada com nosso conhecimento sobre nós mesmos.
E, se erramos, que façamos a correção. E tudo bem.
Esse movimento requer muito mais coragem do que se imagina. Olhar da perspectiva de que você também pode ser parte do problema é dar o primeiro passo em relação a algo melhor.