Se colocar no lugar dos outros e esquecer de si
Falamos sempre de empatia, mas algumas pessoas passam do ponto quando se trata a se colocar no lugar do outro.
Vamos relembrar o que é empatia: ser empático é reconhecer e se identificar com outra pessoa em uma situação vivida por ela, independente de sua formação ou ideias. A partir dessa premissa, entender o momento correto de estender a mão, confortar ou, simplesmente, entender o momento de cada um.
Mas algumas pessoas, provavelmente por desconhecimento de seus próprios limites e com dúvidas sobre sua autoestima, acabam entende que o problema do outro é seu próprio problema, portanto torna-se responsável por ele, deixando suas próprias dúvidas e jornadas para acreditar que pode resolver situações que não lhe cabem resolver. Afinal, a linha de aprendizado de cada tem momentos de neutralidade (a maior parte), felicidade e dor. Todos estes momentos são importantes dentro de nossa singularidade.
Passar por eles fazendo suas próprias escolhas é parte fundamental de se conhecer. Assim como saber que você pode auxiliar, mas cada um, dentro de sua individualidade, tem suas próprias necessidades e desejos. Experienciar é fundamental.
O que estou falando neste post é que muitas pessoas acabam se agarrando à resolução dos problemas externos e deixa seu próprio aprendizado em pausa, o que faz com que tenhamos pouca resistência a ficar sozinhos conosco (a tão sonhada solitude), criando cenários que não existem (ansiedade), acreditando na não-realização pessoal (frustração) e cobrando-se o tempo todo sobre algo que nem se sabe muito bem o que seria.
Isso pode tornar-se um ciclo em que você sente prazer a resolução dos problemas alheios, simplesmente porque você não quer olhar para seus próprios problemas.
Ser bom também é entender o momento de cada um, a singularidade do aprendizado, a experiência do existir na alegria e na dor. E isso deve ser aplicado para nós também. Quanto você está negligenciando em você, deixando de olhar para si, seu autoconhecimento e suas próprias complexidades?
Às vezes, um mero “estou aqui para o que você precisar” é mais do que suficiente.