PERSÉPOLIS
Indissociável como representação do indivíduo dentro da cultura, os quadrinhos são tão ou mais eficazes para abordar a singularidade do que qualquer outra mídia.
A formação visual, a estrutura de storytelling, o elemento único necessário para “falar” de afetos pode ter infinitas possibilidades representativas. E, do ponto de vista de visão sobre representações femininas no Irã e para abrir o espectro sobre o conflito infindável no Oriente Médio, “Persépolis” é muito assertivo.
As relações de gênero estão lá, suas implicações na formação das identidades (principalmente femininas), o direcionamento para a construção do caráter e personalidade, além da significação entrelaçada com a dignidade, a diferença e a cultura.
Mais do que uma autobiografia da autora, uma versão expandida dos maiores medos que as mulheres enfrentam, independente de suas raízes culturais. Uma publicação recheada de discussões e camadas sobre política, respeito e humanidade.
Enorme em sua narrativa, gigante em representatividade.
PS: Há uma excelente versão animada do livro, inclusive indicada a vários prêmios, inclusive ao Oscar.