NÃO É SOBRE UM ROMANCE - Psicanalista Sandro Cavallote
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NÃO É SOBRE UM ROMANCE

Sempre achei que quadrinhos sempre foram um formato menosprezado de encontro com o Outro. Mesmo em aspectos de comunicação e linguagem, em diversos aspectos o formato não recebe o destaque e atenção que deveria, ainda mais em uma era como a que estamos vivendo, em que a tecnologia permite que obras sejam desenvolvidas de forma original e sem amarras comerciais.

Sou um consumidor deste tipo de conteúdo desde sempre e, além das grandes obras como Watchmen, Bone, Maus, qualquer um do Osamu Tesuka, Persépolis, Miracleman, entre outras que sempre são citadas em listas relacionadas à psicologia, temos um vasto material no formato independente que pode ser de grande auxílio quando se trata de observar o outro olhar, a perspectiva singular e o velho “colocar-se nos pés do próximo”. Existem projetos maravilhoso voltados para este segmento.

Um deles é o trabalho da @incrivelmentemediana que, além da HQ, tem um trabalho online incrível com tirinhas e posts que, por si só, trazem automaticamente à reflexão pessoal e ao comparecimento da visão ampla, diversa e variável, principalmente do ponto de vista adolescente, que é um dos meus grandes interesses como profissional de comunicação e psicanalista.

“Não é sobre um romance” é uma história sensível que fala das crises a que somos submetidos de tempos em tempos, sobre a não compreensão do real, valores individuais, consentimentos e conexões tão necessárias em nossas vidas. Sobre os abusos (emocionais, psicológicos e físicos) e como, muitas vezes, a culpa nos faz perder a percepção sobre responsabilidades. A superficialidade também é trabalhada como ponto de inflexão e de como, muitas vezes, precisamos ter coragem para enfrentar o novo, o desconhecido.

A obra me levou de volta à minha adolescência e me fez repensar vários valores, atitudes e formatações pré-concebidas que eu tinha sobre alguns assuntos. Não sei se há ainda edições disponíveis para venda, mas caso ainda existam, vale muito a pena. Mandem uma DM caso se interessem.

Caso não existam, os conteúdos postados são únicos, sensíveis e de extrema utilidade para identificação e certamente pode abrir portas para algo muito raro na atualidade: o diálogo.