Meu Pai
Em análise, sempre falamos no encontro com o outro, como é difícil essa posição. Falamos de empatia, dos desafios da alteridade no momento atual.
São vários os motivos pelos quais podemos nos esquecer desse lugar: nosso processo evolutivo, experiências, nossa relação com o tempo e as pessoas que envolvem esta dinâmica. Independente de nossa singularidade, todos estamos sujeitos a deixar de lado essa mudança de perspectiva, mesmo que de forma inconsciente.
E é neste momento que “Meu Pai” é um filme brilhante: qual é a visão de alguém que está se perdendo nas memórias, misturando conceitos e momentos, redistribuindo uma realidade que se confunde com a fantasia. Quem são as pessoas? Que lugar é esse? Que dia é hoje?
O labirinto de quem está se perdendo se confunde também com o social, na crise estrutural que vivemos como seres humanos, deixando de lado nossa humanidade e abraçando a satisfação fugaz. Isso diz muito sobre quem somos, nossos valores, dilemas e, principalmente, sobre como nos relacionamos com o outro.