[Livros] "As clínicas públicas de Freud" - Elizabeth Ann Danto
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[Livros] “As clínicas públicas de Freud” – Elizabeth Ann Danto

“O tratamento será gratuito”. Isso não é muito difundido na comunidade psicanalítica de base, mas é um fato. Freud tinha o sonho da expansão de sua invenção espalhada pelo mundo, por pessoas que estivessem alinhadas à ética proposta e a todo o ferramental disponibilizado. Se tal destino poderia ser alcançado é outra história. Mas o livro de Elizabeth Ann Danto, “As clínicas públicas de Freud” é um dos maiores registros históricos sobre a construção social da Psicanálise.

Sim, para quem tem dúvidas, a Psicanálise é política. Não no sentido partidário, tosco, mas no sentido da palavra, da pólis, da inserção do indivíduo como elemento de um coletivo atuante em um estado democrático. O subtítulo do livro traz também o peso de seu conteúdo: “Psicanálise e Justiça Social”. Nas mais de 400 páginas, a autora traz as atuações não apenas de figuras principais na disseminação da psicanálise em seu formato inicial, mas também dá nome (e rostos) a elementos fundamentais da prática. São mais de 20 anos de tentativas de montagens de clínicas em vários locais da Europa, as dificuldades estruturais e sociais envolvidas neste processo, psicanalistas que estiveram junto à Freud na execução de tal sonho. Em 3 estruturas principais (“1. A sociedade desperta / 2. “Os anos mais gratificantes” / 3. “O desfecho”), o conteúdo é fundamental para quem se interessa pela historicidade, epistemologia e contrastes com discursos de apropriação seletivos da atualidade, tudo feito com muita crítica, informação, dados e datas.

Para aqueles que detém um interesse real sobre a criação de Freud, uma publicação fundamental.

“A desigualdade, resumiu Freud, é o problema fundamental, e ele lamentava que fatores socioeconômicos explícitos restringissem o tratamento psicanalítico às ´classes abastadas’. Pessoas ricas, ‘acostumadas a escolher seus próprios médicos’, já são capazes de intervir no seu tratamento. Os pobres, contudo, que têm menos escolha no tocante aos seus cuidados médicos, são precisamente aqueles com menor acesso ao tratamento psicanalítico e aos seus benefícios”.



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