Livro: “A interpretação dos Sonhos”, Sigmund Freud
A importância de se construir uma biblioteca pessoal passa pelas necessidades que se têm em relação ao saber. Algumas pessoas sentem-se mais práticas com a versão digital das publicações. Nesta transição com o físico, escolhi manter os livros físicos que, ao meu ver e sentir, são imprescindíveis para minha construção do saber. Há toda uma estrutura envolvida em manuseio, toque, cheiro e, por que não, lembranças e afetos das experiências de vida.
Mas, indo além das percepções pessoais, a revisita a determinados conteúdos durante o trajeto psicanalítico é parte do processo ao qual nos submetemos na busca de conhecimento. Olhar determinados olhares com experiências e prismas variados é parte de nosso crescimento evolutivo. A Escuta deve ir além de nossos sentidos, precisa relacionar-se com o “re-saber”, a revisita ao que se entende por definitivo.
Revisitar Freud de tempos em tempos, pelo menos em minha clínica, é fundamental. Por mais que observemos o Sujeito em sua versão contemporânea (e, para quem acompanha minhas falas em vídeos, textos e participações variadas, sabe que é parte primária de meu discurso), há na teoria freudiana algo basilar e que considero primário para o estudo: acompanhar passo a passo a montagem de teorias, a fundação do que hoje conhecemos como uma prática que pode, literalmente, transformar.
Portanto, seu eu posso pegar este espaço hoje e dar um pequeno conselho, eu digo: aos que têm realmente o interesse de estar na jornada da psicanálise, a leitura é parte indissociável do caminho.
E a releitura também. Afinal, em um Setting Analítico, não é para isso que estamos ali?