Influenciador digital / Produtor de conteúdo - Psicanalista Sandro Cavallote
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Influenciador digital / Produtor de conteúdo

Todos estamos suscetíveis ao uso das redes sociais e acabamos recebendo impactos diversos sobre conteúdos de outras pessoas e, principalmente, uma certa pressão das plataformas para que também sejamos geradores de conteúdo. Afinal, é do que elas sobrevivem: da nossa dinâmica de uso e construção de materiais para que a rede se movimente. Nós produzimos em trocas de microimpulsos diversos de compensação e gratificação, e eles lucram absurdos com essa auto-imposição.

É uma mecânica que não vai mudar, porque parece que estamos usando de graça tais ferramentas. Não estamos, o valor que está sendo pago em forma de atenção, ansiedade, mudanças neurais profundas… tudo isso afeta nossa saúde mental com tanto impacto, mas de forma tão insidiosa, que não percebemos. E o mecanismo é tão invasivo que tentamos seguir as regras tão preciosas impostas pelas redes na busca de uma amplificação de nossos conteúdos pela ampliação de seguidores, curtir, e toda a maquinaria digital inventada para reter ao máximo nosso prazer.

O interessante é constatar que, a média de entrega deste espaço especificamente, é de 10% dos seguidores. Ou seja, a plataforma está comprometida em entregar o conteúdo, caso você tenha 100 seguidores, para 10 deles, mas para continuar entregando, dependerá do tal “engajamento”. Para atingir mais pessoas você, obviamente, terá que pagar. Mas não é garantia de entrega, assim como tudo nas redes sociais. A impressão que tenho é que cada material postado tem, no máximo, umas 12h de vida. Depois disso, parece que ninguém mais recebe.

Claro que não descobri isso agora. Mas o fato é que vejo como isso traz frustração aos que se dedicam, principalmente pelos relatos no setting analítico. Essa construção à respeito de ser um influenciador ou não, o tempo dispensado para montar materiais e se frustrar com resultados (a não ser que siga processos de copia/cola de conteúdos de outras pessoas), as percepções do “like não é afeto” no cotidiano fazem parte do setting contemporâneo.

Podemos não ser todos influenciadores, mas certamente somos geradores de conteúdo. E ficar refém de tais dinâmicas é algo que, também, faz parte deste mal-estar que assola a atualidade.



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