Filme: “Zodíaco”, de David Fincher
O diretor David Fincher gosta do assunto serial killer. E sabe desenvolver como poucos as relações humanas com a mente psicopata, colocando os contrapontos necessários dentro de uma estrutura visual-discursiva para que tenhamos (ou esbarremos) uma visão do processo como um todo.
Este filme parece funcionar como uma prévia para sua pequena obra-prima do Netflix (infelizmente cancelada) chamada “Mindhunters” e é, basicamente, a reconstrução de uma série de crimes perpetrados no final dos anos 60 por um serial killer identificado como Assassino do Zodíaco, mas na visão investigativa de pontos de vista de policiais e jornalistas.
Mais do que ficar focando em como funciona a mente de um assassino, ele faz uma releitura do tema pensando em como o meio trabalha a favor ou contra dentro de uma investigação. Como inserimos nossas próprias visões de construções arcaicas e as influências que a mídia, as regras e os métodos pré-concebidos têm na dinâmica de observação de fatos.
Informativo, crítico e com um elenco fantástico, certamente uma visão inovadora e anticlimática, mas que tenta o tempo todo fugir do imaginário, passar pelo simbólico e resvalar no real.