[Filme] "The Green Book" - Psicanalista Sandro Cavallote
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[Filme] “The Green Book”

Falar de psicanálise (pelo menos da forma que eu a estruturo, manejo e acompanho) é passar por elementos sociais que atravessam o discurso do analisante sem que ele perceba. Lidar com nossas questões pessoais, preconceitos, projeções díspares e potenciais apropriações da relação com o Outro em nosso desenvolvimento fazem parte da construção do setting, que é um espaço onde TUDO pode ser expressado, exatamente para que possa ser reorganizado e reaplicado dentro do que se é na atualidade.

Dentro deste contexto, a questão racial é primordial para o debate (seja ele singular ou plural) e há diversos elementos que podem ser balizadores para que possamos revisitar conceitos e, principalmente, transformá-los a partir de uma visão expandida de si.

E neste ponto, “The Green Book – O Guia” é um acerto fenomenal, porque ele nos traz bases históricas sólidas e o contexto de que nossas relações, independente de quais níveis, precisam estar em constante evolução. Nossas pré-definições (que, dentro de uma linha psicanalítica, também podem ser nossos “pré-conceitos”) precisam ser contestadas de tempos em tempos, nem que seja para a reafirmação de que estamos indo por uma linha que conflui com nosso desejo. Essa autocrítica é fundamental para nosso processo evolutivo e não depende nem um pouco de como foi nossa constituição prévia familiar. Só é necessário estar disposto a um auto-confronto em um ambiente que seja apto a isto. E revisitar as nossas condições estruturalmente racistas faz parte desse debate.

Em relação à psicanálise, a maior parte dos impactos do racismo não é estruturada numa linha de saber. E por ser uma angústia que abrange um debate público, não deve ser relegada a pequenas esferas de interesse. Como psicanalistas, devemos estar preparados para acolher qualquer tipo de dor, inclusive às quais não somos submetidos diretamente. Entretanto, o impacto subjetivo é latente e precisa ser recordado e elaborado a partir de sua repetição.

Para quem tem interesse no assunto, sugiro duas leituras prévias que podem abrir os olhos para nós, de posições privilegiadas:

• “Pele negra, máscaras brancas” – Frantz Fanon.
• “Pequeno manual antirracista” – Djamila Ribeiro



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