Filme: “Réquiem para um sonho”
Se eu tivesse que sintetizar os filmes mais importantes da minha vida, “Réquiem para um sonho” certamente estaria nesta lista. Eu acho que foi o primeiro filme que me deixou exausto ao assistir. A imersividade contextual na estrutura narrativa tem a intenção de nos deixar presos aos dilemas dos personagens nos 3 contextos de adicção apresentados em paralelo: o do vício pelo entorpecente, o da solidão como forma de fuga, e o da nossa relação midiática com a televisão e como somos moldados e inferidos por seu conteúdo.
Mesmo no aconchego do sofá, o desconforto é ascendente e importantíssimo para a experiência. Aronofsky (mesmo diretor do maravilhoso “Cisne Negro”, entre outros excepcionais filmes)nos leva a uma espiral de decadência e utiliza de recursos textuais e visuais para que façamos parte do processo de degradação do ser humano em todas as suas formas, explorando nosso deslumbre pela decadência do Outro e, ao mesmo tempo, nos colocando a refletir sobre nossas próprias escolhas.
É um filme difícil? É.
É um filme necessário? É.
(Disponível no Amazon Prime)