Filme: “Os 7 prisioneiros”

Ao falar sobre a Psicanálise, abordamos diversos assuntos pressupostos em uma dinâmica que lida com nossa fantasia em consonância com nosso desenvolvimento humano. O sistema desenvolvido por Lacan, elaborado como RSI (Real – Simbólico – Imaginário) aborda tal estrutura de maneira singular, onde somos construídos a partir da necessidade de um Outro e colocamos nossos sonhos em segundo plano, muitas vezes em detrimento de uma necessidade.
 
Entretanto, elaborar tal dinâmica é importante e resvalar o Real tem sua importância no sentido de nos colocar no prumo, no reconhecimento das pulsões, na estratégia da libido. Portanto temos que sonhar com um mundo melhor, uma vida melhor, uma relação melhor com nosso social. Para isso, simbolizamos, construímos visões pessoais e intrínsecas. E, em determinado momento, devemos ser puxados para a realidade, para que lidemos com ela da melhor forma possível.
 
“Os 7 prisioneiros” fala sobre o Real, sobre a destituição de sonhos, sobre a reconstrução de si e como a vida nos coloca em percalços e escolhas singulares, mas que determinam nossos próximos passos. Na busca de algo melhor podemos, literalmente, nos tornar reféns e até escravos do Desejo do Outro, seja ele qual for. Ao abordar a dinâmica do oprimido se tornar opressor, também perpassa as novas formas de escravatura e a contemporaneidade do sofrimento.
 
Não podemos nos abster da existência do sofrer, pois ele pode ser o diferencial entre o suportar e o desmantelamento de si. O enfrentamento é necessário. Apropriar-se do que lhe é próprio. Em Análise, a desconstrução. No Real, a adaptabilidade para a continuidade.
 
(Disponível no Netflix)