Filme: “O menino do pijama listrado”
Na psicanálise, o “recordar – repetir – elaborar” é algo que está inerente à clínica. No setting, essa revisita ao que nos constituiu, às repetições e, posteriormente, à re-elaboração dos conteúdos a partir de uma nova visão, mais íntima e com variadas experiências, coloca o analisando em um ponto de mudança, de transformação.
Na cultura passa-se algo muito similar. Devemos estar sempre relembrando fatos históricos que não devem ser repetidos, independente de novas categorizações e releituras que sejam disponibilizadas a partir de um viés de revisita a partir de um contexto pessoal, fugindo dos fatos e do que se pode entender como real. Tentar justificar o injustificável a partir de um revisionismo vazio, mas que apela para estruturas arcaicas emocionais que nos constituem. Sem o devido cuidado psíquico, influências das mais diversas fontes podem tornar aquele afeto difuso em algo mais… perigoso.
“O menino do pijama listrado” é um filme sobre o enfrentamento e sobre a inocência, importantíssima para nossas experiências interpessoais. O infantil não difere, somente a construção ideológica materializa o que se acredita a partir de nosso assujeitamento e referências pessoais. A lógica adulta vai ser organizando a partir das relações afetivas, das experiências e da construção do eu ideal a partir das gratificações e aceitações do grupo. Mas, ao final disso, há o hediondo da reflexão intrapessoal: até que ponto suportaremos o que é feito ao próximo sem que isso nos afete?
Um filme belíssimo, triste e que merece essa revisita de tempos em tempos.
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