[Filme] "Her" - Psicanalista Sandro Cavallote
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[Filme] “Her”

Interessante eu nunca ter comentado “Her”, do maravilhoso Spike Jonze, aqui neste espaço. E mais interessante ainda é falar dele em uma época onde estamos debatendo o desenvolvendo de IA´s das mais variadas, inclusive no contexto ético focado na saúde mental. Agregado a isso toda a fomentação à respeito de uma regulamentação das redes sociais no Brasil, um debate que está sendo feito, na verdade, no mundo todo. E que é extremamente necessário.

Há várias camadas a serem organizadas quando falamos sobre o filme, mas se precisamos focar em apenas uma, acredito que podemos falar sobre a solidão reativa à qual somos submetidos nas relações de ausência, luto e tristeza. A possível “complementação” que a tecnologia nos traz no processo de reconhecimento das nossas possíveis falibilidades, de nossas angústias mais intrínsecas. Não é muito diferente do que vivemos quando buscamos o like, o compartilhamento, engajamento, a reação virtual… todas ferramentas desenvolvidas para nos trazer alívios e relações de prazer momentâneos e, como diria Bauman, líquidos. Aquela falta tão relacionada por Lacan e a nossa busca constante por um preenchimento que nunca se dará. Mas que, em uma organização psíquica saudável, nos coloca em movimento.

Outro ponto é o da terceirização das relações humanas, tão presentes (e muitas vezes, imperceptíveis), onde o discurso do Do It Yourself, do empreendedorismo vazio, das exasperação da singularidade em detrimento da pluralidade, cria muros de observação de si e de elaboração das angústias pessoais para uma melhor compreensão dos afetos aos quais somos submetidos diariamente. Não na forma de impulsos (como nas redes sociais), mas na dimensão do sentir pessoal. O quanto estamos deixando de sentir (e nos entender no processo) em detrimento desses impulsos simplificados e que nos aprisionam numa busca deliberada da “neuro pacificação”, nem que seja por alguns instantes até a próxima dose?

Enfim, é um filme obrigatório para entendermos o indivíduo na atualidade e fico feliz que é uma das opções para o próximo “Luz, Câmera, Psicanálise” promovido pela EPC. Para quem quiser saber como funciona a participação.



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