Filme: “Beautiful Boy”
A adicção, mais do que um processo químico – físico, é um transformador de vidas. Não apenas do adicto, mas sim de todo seu contexto social. Para a psicanálise, é um processo biopsicossocial, e devemos observá-la do ponto de visto de sintoma, não efetivamente como a doença.
Por mais que não seja novo, a adicção toma novos contornos a partir da pós-modernidade, da relação de fuga e da obtenção de prazer instantâneo, muitas vezes para alívio do sofrimento. Dinâmica esta tão presente no mundo contemporâneo, dos prazeres fugazes e das distrações das dimensões a dor (que podem nos ensinar muito, a partir do enfrentamento).
“Beautiful Boy” é um filme que não poupa demonstrar tais linhas ou sinuosidades. É um filme que vai direto ao ponto sobre as formas de conflito, das relações parentais e sociais e das atribuições de responsabilidades individuais e coletivas. Sem se preocupar com os dilemas em si, a ideia é expor da forma mais intensa o sofrer dos envolvidos. E como o acolhimento é fonte básica da busca por um melhoria na qualidade de vida. Pais, filhos, amigos, todo um ecossistema que muta (e, muitas vezes, silencia) para deixar-se ser destruído para, talvez, reconstruir-se de outras maneiras, sempre com base no amor ao próximo.
Um filme denso, muitas vezes duro. Mas obrigatório.
(Disponível no Prime)