[Documentário] “Garoto, interrompido”
Antes de tudo: a família tinha consciência do que fez quando batizou este documentário. Eles queriam chamar a atenção com um título que fizesse referência ao fantástico “Garota, Interrompida”, de 1999. O documentário foi elaborado e montado pela mãe de um garoto, Evan, que cometeu suicídio. Utilizando imagens reais da família e sustentado por depoimentos e cenas desde o nascimento de Evan até poucos dias antes de sua morte, o debate que se propõe é: o que levaria um garoto feliz, com uma família saudável (mesmo que com seus dilemas pessoais) a cometer um ato tão complexo e desesperador como este?
E é nessa investigação íntima que se desenvolve como muitas vezes o diagnóstico precoce de eventuais divergências na saúde mental pode ser um grande diferencial. A partir de determinados comportamentos apresentados desde a tenra idade, muito pode ser elaborado com profissionais da área psi para que o acolhimento correto seja feito. Evan desenvolveu o que hoje é chamado Transtorno Bipolar, mas não se observava da maneira correta porque não haviam casos de crianças com tal transtorno, então os diagnósticos variavam de profissional para profissional, principalmente porque ele era uma criança e as mudanças de humor foram tratadas como se fossem normais e adaptativas. Até os momentos depressivos foram colocados como parte desse desenvolvimento, mesmo que os pais refutassem tais condições.
É um documentário duro, difícil, mas que foi construído para alertar outros pais sobre possíveis problemas de saúde mental apresentados desde muito cedo, para que mudanças comportamentais sirvam como um alerta de como devemos estar atentos aos sintomas relacionados à saúde mental, mesmo que não sejam representativos fisicamente.
*Está disponível legendado no Youtube.