CARTAS A UM JOVEM TERAPEUTA
Reler “Cartas a um jovem terapeuta” é como visitar um velho amigo.
Foi este livro que me fez definitivamente virar a chave, que me deu muito mais certezas do que dúvidas sobre vários caminhos a serem seguidos, transformando as tais dúvidas em questionamentos, fundamentais na Psicanálise.
Não consegui nem postar nada no dia em que ele nos deixou, no final do mês passado. Acompanhava sua coluna semanal na Folha de SP com seu texto leve, direto e sempre intuitivo, independente do assunto. Misturar Freud, cultura, criatividade e comportamento sem tornar-se enfadonho é tarefa para poucos. Seus textos sempre foram inspiração.
Poucas experiências literárias me deram a sensação de estar em uma conversa real, despretensiosa, quase um café + diálogo. E vou levar esta sentimento a cada revisita, certamente.
A preocupação com o meio, com a linguagem, com o uso das palavras, sobre o compromisso com a clínica. Tudo isso fez muito sentido para mim no processo de formação. E faço de tudo para manter isso comigo em cada atendimento, cada escuta, cada observação.
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“Seu primeiro compromisso não é com ‘a psicanálise’ ou ‘a psicoterapia’ , nem com Freud, Melanie Klein , Lacan ou qualquer outro diretor de escola, nem com a instituição na qual se formou.
Seu primeiro compromisso é com as pessoas que confiam em você e trazem para seu consultório uma queixa que pede para se escutada e, por que não, resolvida. Ou, mais geralmente, seu primeiro compromisso é com a comunidade na qual você presta serviços. E o compromisso é de prestar o melhor serviço possível”.