cada dor é singular
Mais do que nunca, devemos continuar repetindo sobre a necessidade da empatia.
Nunca se imagina que em um momento histórico da nossa existência, a dor que não é nossa seria tão menosprezada, ignorada e, pasmem, motivo de riso. O tal “mimimi” que demonstra muito mais falhas de caráter dos proferidores do que de seus alvos.
Quando a ferida do próximo não alerta, não causa uma necessidade de extender a mão, de oferecer afeto, mesmo que simbólico, há que se observar em que tipo de sociedade queremos viver.
Cada dor é uma dor. Cada luto é um luto. Cada vida é uma vida.
A sensibilidade ao sofrimento alheio precisa ser inerente ao nosso ser. Somos humanos, somos seres de conexões, relacionamentos e troca. Independente do grau, do objeto, das circunstâncias, somos seres que amam. Deixar isso de lado dentro de uma pandemia foge de nossa humanidade e denota faltas e vazios de si.
A continuidade de nossa existência parte da premissa de respeitar a dor do outro, independente das dimensões. Pois cada um de nós é singular, assim como nossas dores.
Não normalize o discurso analfabeto de sensibilidade, que foca no ódio e na devastação. Estamos em um momento pandêmico, onde estão sendo ceifadas quase 2000 mortes, que são diminuídas por um governo inepto, insensível e que usa de artifícios imorais para motivar seus seguidores cegos.
Cabe aqui a autocrítica individual: menosprezar um evento global que subtrai milhares de vidas diariamente, ou compreender sua responsabilidade na dor do próximo como efeito solucionador?
A dor do outro pode ser a sua dor. Respeite-a.