Buscar razão e sentido podem adoecer
A busca incessante de algum tipo de razão ou sentido para a vida podem adoecer.
Simplesmente porque são elementos que levam a um objetivo inalcançável do ponto de vista humano. Porque nos dá um direcionamento de finitude, de missão cumprida, de não-continuidade, como se essa tal busca fosse de uma coisa única que nos completaria como seres. Nosso Santo Graal pessoal.
Não estamos aqui para buscar um fim, mas para construir uma jornada.
Um conceito interessante dentro desta perspectiva é o propósito, cujo significado é bem mais amplo e que não busca um fim, mas um meio para a execução de um projeto, uma intenção de fazer algo, não necessariamente com um objetivo único.
Propósito também nos leva ao conceito de protagonismo, que é se destacar dentro de situações, exercendo um papel de evidência. Tal protagonismo, para muitas pessoas, é fundamental na busca do desejo.
Mas não tenhamos como protagonista aquele que se aventura na “jornada do herói”, vendida para nós desde pequenos, como se a tal posição de destaque fosse a percepção do holofote, de quem fala mais alto, de quem “vence”, do “personagem principal”.
Protagonismo pode estar nas menores situações, sem necessariamente ser algo que todos precise ser visto a olhos nus. Tem muito mais a ver com fazer a diferença em uma situação que esteja relacionada com o seu desejo singular.
Propósito e protagonismo têm a ver com o caminho, não com o início e muito menos com o fim.
Tornar-se protagonista de sua própria vida tem muito a ver com dar seus próprios passos em direção ao que acredita e nada a ver com o tal “sucesso” que nos é vendido pela sociedade de consumo.
Ser protagonista de sua própria existência é saber fazer boas escolhas, sejam elas quais forem, em busca de seu desejo.