Amar e proteger sua criança interior
Ah, o mundo adulto. Responsabilidades, “liberdade” e… boletos!
Aquela fantasia que temos na adolescência, de que a nossa versão adulta “poderá tudo”, dependendo da forma que a projetemos, pode ser uma grande frustração. Temos aquela versão propagada de que ser adulto é ter liberdade quando, na verdade, nos sentimos mais presos do que nunca, seja ao contexto emocional, social e até físico.
E até onde o “brincar” na idade adulta pode ser diferencial?
O brincar na vida adulta é manter uma conexão com uma estrutura libidinal que tendemos a não querer revisitar. Na verdade, segundo Winnicott, “a atividade mental da criança faz com que um meio ambiente suficiente se transforme em um perfeito, converte o relativo fracasso da adaptação em um sucesso adaptativo”. A compreensão da criança reverbera adaptabilidade o tempo todo. Portanto, não utilizá-la em nossa versão com mais experiência?
Existem alguns pontos onde esse “brincar” é colocado de lado em nossa vida adulta. Ouvimos coisas como “pare de chorar”, “cresça”, “você não é mais criança” na maioria das famílias. Nos desenvolvemos com a conceituação de que, em determinada idade, essa forma de adaptabilidade não nos é mais importante, o que acaba sendo exatamente o contrário. O brincar acaba sendo essencial quando falamos de resolução de problemas, melhores escolhas, racionalizações que não permitem construções criativas.
Em análise é fundamental essa reconexão com nossa forma mais primária para rever o que funcionou e o que não funcionou. O que nos tornou o que somos (mesmo que com a visão de experiências ruins) e o que poderemos revisitar agora com outra visão de mundo.
Têm-se uma idealização de que tornar-se adulto apaga nossa criança, e isso não é verdade. O que fazemos é reprimi-la para que evitemos sofrimento relacionados ao que foi ruim, mas também ao que foi bom.
Dar voz e liberdade para que essa parte fundamental de você é primordial para sua autoestima e para seu próprio reencontro.
Portanto ame, proteja e brinque com sua criança interior. Como um adulto, mas brinque.