A MENTE DIVAGANTE (A ANSIEDADE NA VIDA MODERNA – PARTE 4/5)
A busca da autoconsciência é um processo. E dentro desta jornada, há elementos que parecem imperceptíveis, mas que estão nos acompanhando o tempo todo. Passado, presente e futuro parecem se misturar. E muitas vezes não conseguimos encontrar um espaço para compreender todos estes elementos.
Olhar para si é muito mais difícil do que parece para a maioria das pessoas. Um pequeno exercício pode ajudar na compreensão de muito do que acontece ao redor:
– Feche os olhos e não pense em absolutamente nada por 1 minuto.
Durante estes 60 segundos, sua mente vai divagar por dezenas de reflexões do cotidiano. Vai se esforçar para não fazer nada, vai lembrar de coisas esquecidas, vai tentar reordenar a agenda do dia, vai pensar em coisas que precisam ser entregues no futuro e vai lembrar de esquecimentos do passado.
Mas isso é completamente normal. Esse é a forma que a mente humana trabalha. A neurociência chama esta conversa conosco mesmo de Modo Narrativo. E esse modo é super importante para nossas vidas, porque podemos gerar cenários futuros, atualizar o presente e observar erros do passado. Entretanto, ele muitas vezes é invasivo: é ele que nos desconcentra, nos gera pequenas ansiedades sobre não-realizações, organiza nossas falhas e cobra mudanças.
A mente divagante que não desliga é parte dos nossos problemas relacionados a raciocínio, falta de sono, preocupações (que são o início da ansiedade), medos e falta de domínio em nossas frustrações. Isso porque nosso corpo e mente nem sempre estão em sincronia. No final do dia, ao dormir, isso fica mais evidente: quantas vezes a exaustão física está presente, mas você não consegue “desligar”?
Divagar nos tira do momento. Não estamos presentes em nossa própria vida.
Não podemos mudar o que já passou, mas ter consciência de que o passado pode auxiliar meu presente é menos divagação. Estar presente é fazer melhores escolhas para projetar o futuro.
Estar consciente do momento presente é ser mais observador com o agora. Coisas simples, como a temperatura, os cheiros, o toque. É parar por alguns segundos e sentir a ponta dos dedos, é ouvir os sons na rua, é dominar seu diálogo interno.
Preste mais atenção em você.