a grande relação da sua vida é consigo mesmo

Passamos boa parte da vida idealizando uma vida a dois, a completude no outro. São muitos os artifícios usados para causar essa busca incessante de algo que nos falta, seja na cultura popular (ditos como “metade da laranja” ou “tampa da panela”), seja nas músicas, nos filmes, no discurso generalizado. Por que essa necessidade constante de nos colocar nessa jornada por algo que nos torne inteiros, sendo que já o somos?

Tirando os elementos sociais que permeiam esta discussão, se focarmos apenas nos afetos, observaremos que criamos uma utopia no outro, o de que ele vai nos salvar, vai trazer sentido à nossa vida, vai tornar tudo melhor. E a frustração nunca é inserida nessa equação, já que o outro também tem suas necessidades específicas e depositará que você sanará tais necessidades que, eventualmente, não são suas.

Tais desejos individuais fazem parte do ser, e precisam ser buscados individualmente, muitas vezes com ajuda do outro não no sentido de preenchimento, mas no sentido de compreensão da autenticidade.

Relacionar-se consigo é dar espaço para que outra pessoa entre em sua vida sem a cobrança de uma resposta. É trabalhar a autoestima e a socialização para que, juntos, cada um entenda sua jornada e possam se ajudar nesse caminho.

Mas, antes de tudo, a grande relação da sua vida precisa ser com você. Ao conhecer seus limites, desejos e afetos, fica muito mais fácil a relação com as necessidades do outro. A convivência agradece.

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