O Comunicar na Psicanálise
Impossível dissociar a Psicanálise da Escuta, estrutura basilar da construção do Setting Analítico. E faz muito sentido construir um espaço onde o Sujeito possa se apresentar da forma que quiser, com o Desejo que quiser. O manejo do Analista é importantíssimo para que a Transferência possa ocorrer e a Aliança Terapêutica, firmada.
Mas, além do conceito de Escuta, temos outras ferramentas muito presentes durante as sessões, a maioria delas não elaborada no contexto de fala propriamente dita, ou da verbalização em si, mas do que estaria “além das palavras”.
Há toda uma estrutura dentro do nosso discurso, quando pensamos além das palavras: a comunicação não-verbal (o que vestimos, nossa mobilidade, nossos tiques, olhares, nuances de movimentos… até nossas roupas podem passar uma mensagem), a semiótica (signos e formas de manifestação além da percepção imediata), a subliminaridade (o uso de formas, símbolos imagéticos que contenham uma informação escondida na intenção de influenciar alguém), o silêncio (sim, ele diz muito mais do que aparenta e seu manejo, apesar de complexo, pode ser extremamente revelador), a metalinguagem (a linguagem dentro da linguagem), e até as novas formas de comunicação propostas pela internet (emojis, textos, comunicadores automatizados, tudo isso trazendo novas formas de relação e, claro, de sofrimento). Para quem pensa que um psicanalista tem um trabalho simples, peço que reconsidere, porque há muito mais envolvido naquele espaço, naquele tempo, naquele lugar, do que se imagina em primeira instância.
E a comunicação é parte integral deste processo, seja para que o Analista possa acolher de forma mais ampla, seja para que ele próprio possa se observar em sua Análise pessoal ou no cotidiano.
E caso seja do seu interesse saber mais, em breve estarei desenvolvendo um curso específico junto com a Escola de Psicanálise de Curitiba – EPC.
Divulgarei em todas as redes, ok? Um abraço e obrigado.