você julga demais?
Não se engane: todos fazemos julgamentos o tempo todo. Quando fazemos escolhas estamos colocando algo ou alguém em julgamento. Seja um produto em uma gôndola de supermercado, seja o comportamento de alguém. E isso tem muito mais a ver conosco do que com o que está sendo julgado.
Fazemos julgamentos baseados em nossa visão, em nossas referências e experiências. Então é muito simples cair em frustração e “culpar” o outro. Temos uma ideia de que nosso julgamento é imparcial quando, na verdade, não se baseia em parte alguma. Ele é simplesmente uma resposta egóica a um acontecimento.
Pense bem: quantas vezes você imaginou uma resposta para determinada situação que não estava sob seu controle e que não era nada do que você imaginava?
O irônico disso é que não gostamos como somos julgados por um motivo simples: qualquer julgamento não tem a ver com uma realidade, mas com uma fantasia.
Criamos respostas emocionais para o que nos incomoda e para o que nos surpreende. É nosso cérebro tentando preencher um vazio, um espaço de total desconhecimento. Um storytelling mental.
O que temos que observar é o dano que esse julgamento cego pode produzir. Refletir e inverter o ponto de vista é um caminho prático para criar empatia por uma situação específica. Afinal, quantas vezes você já sentiu um julgamento feito sobre você de forma equivocada?
Permitir-se a dúvida é parte do desenvolvimento da empatia, que tem estado muito em falta na atualidade. Julgar em excesso é uma armadilha, cria isolamentos, fantasias excludentes e impossibilita o outro de corrigir erros pessoais.
Uma simples pergunta após o julgamento: “E se fosse comigo?”
Estar bem consigo e com os outros é um exercício diário e que deve ser aplicado nas mínimas coisas. Criticar e julgar alguém diz muito mais sobre nós do que sobre os acusados.
Afinal, como você se sente quando julgam você?