Geralmente a procura pela terapia / análise chega em um momento de tensão, de sofrimentos complexos e permeados por vários tipos de dor que, na maioria das vezes, são indefiníveis muitas vezes. E o acolhimento para tais afetos precisa ser feito em essência. No caso da psicanálise, por uma Escuta empática e que tenha foco na reorganização de tais afetos.
Entretanto, conforme as trocas avançam, temos que identificar juntos de onde surgiram tais afetos, agora reatualizados com os sentimentos dos dilemas adultos mas que, na perspectiva do pai da psicanálise, Sigmund Freud, tiveram seus primeiros adensamentos na infância, a partir de nossa inserção nos contextos sociais e na formação familiar. Para tanto, constituir um espaço de acolhimento é fundamental, um espaço onde você poderá falar sobre o que quiser, até do que nem imagina que será verbalizado.
Mesmo que as demandas iniciais passem pelos conflitos da atualidades, que podem trazer à tona vários sintomas como ansiedade exagerada, fadiga constante, sensações no corpo, excesso de cansaço, insônia, tristeza excessiva, desânimos variados, entre vários outros, a busca é pela causa inicial de tais choques. Por isso, buscar a “criança-no-adulto” é tão importante para o setting analítico. Foram lá que nossas inconsistências, dúvidas e afetos foram criados, e muitos deles ainda residem em cada um de nós, anos e anos depois. Uma revisita a tais afetos pode mudar muito de nossa constituição psíquica, afinal já temos novas experiências em relação a eles, só não conseguimos elaborar de forma consciente. E este reencontro pode ser muito importante para nossas vidas, com o devido acolhimento feito por um profissional ético e responsável.
Tenho em minha linha de atendimento duas figuras centrais: Sigmund Freud e Sándor Ferenczi. Ambos são elementares para a construção da minha clínica, seja ela online ou presencial. Todas as sessões são construídas junto com o analisante, além de serem confidenciais e livres de julgamentos pessoais. Dedicação, paciência e trazer nossos afetos para este espaço auxiliam nas dinâmicas, nominando o que normalmente não conseguimos verbalizar, assim como a oportunidade de uma reconstrução de si a partir do que realmente importa para cada um de nós.
Cada dor é única, cada sofrimento é individual. E um espaço para lidar com tudo o que permeia seu ser pode ser um grande diferencial na sua construção pessoal e, mais ainda, para o coletivo. E o mundo atual tem desafios suficientes para, muitas vezes, nos deixar perdidos e sem rumo, mesmo que um grande caminho se delineia à nossa frente. Sejam problemáticas que estejam alinhadas com família, emprego, estudos, prazeres, escolhas de forma geral, muita coisa pode se beneficiar a partir de uma Escuta empática.
Estar em análise é revisitar-se e permitir-se mudar. E isso pode ser transformador.